Normalmente quando pensamos em software como serviço imaginamos algo rodando na nuvem, normalmente uma aplicação web. Pode ser um Basecamp, um TFSPreview, um Github, um Salesforce, ou algo do tipo. Eu acho que isso está mudando.
Podemos acrescentar à categoria Software como Serviço (SaaS) o software que pagamos pelo uso, e que quando não pagamos mais não podemos mais usar, mas fica instalado.
Por exemplo: tudo indica que o Office terá a opção de ser comprado e pago por ano, permitindo a instalação em até 5 máquinas (Windows ou Mac). Enquanto a pessoa paga ela pode usar, e todos os updates são de direito do cliente.
Não sei se o nome SaaS é o correto, afinal parece ser mais software alugado do que como serviço. Afinal, você ainda tem que instalar pra usar.
Nesse cenário, o usuário recebe todas as novidades do software, provavelmente de forma automatizada, com updates ao estilo do Google Chrome e Windows 8: acontecem sem você nem perceber. Por esse motivo, não faz mais sentido falar em número de versão.
– Qual versão do Office você tem?
– Não sei… a última?
Isso facilitará o trabalho de muita gente. Você não precisa mais se preocupar se o seu colega tem a funcionalidade X ou Y do Visual Studio instalada. Ele, assim como você, tem a última versão.
Interessante que o Google, com o Chrome, é um dos maiores exemplos desse tipo de update. Ninguém se pergunta em qual versão do Chrome está. No entanto, é o mesmo Google, que evidenciou tanto esse modelo, que diz que o software instalado está morto e tudo deve ir para web. Talvez eles mesmos tenham mostrado que é exatamente o contrário.
Outro ponto interessante pra notar dessa mudança é que a pirataria fica seriamente comprometida. Com os updates automáticos e um preço baixo pago anualmente no cartão de crédito (ou seja, sem nem perceber), o usuário fica desmotivado de manter um software pirata, que provavelmente não vai ficar se atualizando. Se o pirata permitir atualização automática, a chance do fabricante do software detectar e remover a pirataria é muito grande, fica muito fácil. Com certeza esses tipo de software fala com os servidores de licenciamento constantemente.

Giovanni Bassi

Arquiteto e desenvolvedor, agilista, escalador, provocador. É fundador e CSA da Lambda3. Programa porque gosta. Acredita que pessoas autogerenciadas funcionam melhor e por acreditar que heterarquia é mais eficiente que hierarquia. Foi reconhecido Microsoft MVP há mais de dez anos, dos mais de vinte que atua no mercado. Já palestrou sobre .NET, Rust, microsserviços, JavaScript, TypeScript, Ruby, Node.js, Frontend e Backend, Agile, etc, no Brasil, e no exterior. Liderou grupos de usuários em assuntos como arquitetura de software, Docker, e .NET.