Desde que mudei de área, as pessoas me perguntam o que é UX Writing. Confesso que responder não é uma tarefa fácil, mas tento sempre mostrar o valor do meu trabalho. Para minha mãe, por exemplo, expliquei um pouco do que faço, ao mesmo tempo em que a ajudava a fazer um Pix. E foi mostrando a importância de cada palavra, que ela entendeu um pouco do meu desafio diário: fazer com que as pessoas cheguem em seus objetivos finais sem nenhum tipo de dificuldade.  

 

Bom, se você está lendo esse texto e não sabe o que um UX Writer faz, vou tentar te explicar. Nós criamos conteúdo pensando em otimizar a experiência da pessoa usuária em produtos digitais. O seu intuito pode ser fazer um Pix, pagar uma conta, realizar uma compra ou consultar o saldo no banco. Qualquer que seja o seu objetivo, a nossa missão é criar uma jornada instrutiva, sem barreiras, simples e útil. 

 

5 dicas de como criar conteúdo para interfaces digitais 

 

Arquitetar a forma como o produto se comunica vai muito além de usar palavras bonitas. É sobre entender que o conteúdo guia a experiência e cada palavra tem um enorme valor. E para criar uma boa experiência de conteúdo, é importante levar alguns pontos em consideração na hora de escrever: 

 

• Usabilidade: o elemento textual tem muito valor, mas de nada adianta se ele não fizer sentido para a história que estamos contando na página ou tela. Cada informação precisa ser organizada de forma estratégica, seguindo uma lógica de raciocínio, para que as expectativas da pessoa sejam cumpridas. Um exemplo de como fazer isso, é hierarquizar as informações, destacando aquelas que são mais importantes. Além disso, a legibilidade de um conteúdo também se dá pela sua formatação, então temos que pensar em aspectos como cor, fonte, espaçamento, formato e alinhamento. 

 

• Semântica: ninguém gosta de perder tempo tentando decodificar uma informação no momento da leitura. Isso prejudica a experiência. Por isso, é necessário conhecer as palavras e expressões que fazem parte do vocabulário da pessoa usuária para orientá-la durante a navegação. Quanto mais familiar for o texto, mais facilidade a pessoa terá para compreender o conteúdo, resultando numa leitura rápida e fluida. 

 

• Tom e voz: consistência e reconhecimento são dois pontos essenciais para criar uma boa experiência. A voz é a personalidade da marca e ajuda a construir uma comunicação consistente. Ao estabelecer uma voz, cria-se um padrão de como a empresa conversa com a pessoa usuária e demonstra personalidade. O tom é a maneira com que a voz é dirigida ao público e se adapta de acordo com os canais e contextos. Podemos dizer que ele é o humor que a voz assume em um determinado cenário. 

 

• Arquitetura da informação: aqui, levamos em consideração o pensamento visual. A organização das informações por meio da diagramação, posicionamento e hierarquia dos elementos na interface devem ser pensados para guiar a pessoa durante a navegação, facilitando a compreensão. 

 

• Acessibilidade: lembra que um de nossos desafios é criar uma experiência sem barreiras? Pois é, por isso acessibilidade é um pilar muito importante em UX Writing. E quando se trata de criar uma experiência inclusiva, não estamos contemplando apenas as pessoas com deficiências permanentes, como fala, visão ou audição limitada, por exemplo. Estamos falando também sobre pessoas com deficiências temporárias, com limitações situacionais ou de leitura, com baixa representatividade e baixa familiaridade digital. Precisamos criar produtos que qualquer pessoa consiga entender, navegar e interagir.

 

Não é só escrever ou revisar um conteúdo. O trabalho de um UX Writer passa por analisar todos esses pontos – e alguns mais, que ficam para uma próxima – e é fundamental na estratégia de qualquer produto.