Gosto muito do modelo criado por Bruce Tuckman para demonstrar os estágios de desenvolvimento de um time, conhecido por “Forming, Storming, Norming, Performing”.

Acho interessantíssimo assistir o progresso desses times. Como consultor já vi isso acontecer diante dos meus olhos várias vezes, e vi também na Lambda3. É fascinante notar que na fase de Forming os times não estão produzindo tanto quanto poderiam, estão na verdade buscando se conhecer, é praticamente uma lua de mel. Nessa fase a impressão que dá é que tudo vai dar certo, que o time tem um grande futuro, que o projeto vai ser um sucesso.

O modelo, no entanto, não garante que todos os times vão sair de Forming e chegar a Performing, que é a fase onde os times estão com altíssima produtividade, e concordam com o que tem que fazer. Alguns times morrem na fase de Storming. E é só quando o time enfrenta a realidade e entra nesta fase que realmente veremos se ele será um sucesso. Nessa fase, se todos mantiverem o ego como prioridade, se todos acharem que só suas ideias são boas, se as pessoas colocarem com muita frequencia pontos inegociáveis, o time entrará em colapso, nunca chegando a fase de norming. Nesse cenário muitas vezes o time perderá membros ou até se desintegrará totalmente.

Ajudar um time a sair de Storming e entrar em Norming é tarefa para um líder capacitado, e para um time que quer melhorar. Na falta do líder, mas com um time capacitado, pode até ser que funcione, se membros do time assumirem a liderança de vez em quando, e forem vistos como líderes pelo resto do time. Na falta de um time que quer melhorar, talvez um líder capacitado consiga revirar o tiime e fazê-los mudar, fazê-los querer ser melhor, mas nem sempre isso é possível. Caso contrário, nos dois cenários, é falha certa.

O lado positivo é que um time que já superou Storming, se por acaso cair lá novamente, terá mais forças e experiência para superar esta fase novamente. É estímulo que se auto-reforça.

Conhecer o modelo de Tuckman ajuda a entender como os times funcionam. É conhecimento obrigatório para qualquer líder, coach ou Scrum Master.

Giovanni Bassi

Arquiteto e desenvolvedor, agilista, escalador, provocador. É fundador e CSA da Lambda3. Programa porque gosta. Acredita que pessoas autogerenciadas funcionam melhor e por acreditar que heterarquia é mais eficiente que hierarquia. Foi reconhecido Microsoft MVP há mais de dez anos, dos mais de vinte que atua no mercado. Já palestrou sobre .NET, Rust, microsserviços, JavaScript, TypeScript, Ruby, Node.js, Frontend e Backend, Agile, etc, no Brasil, e no exterior. Liderou grupos de usuários em assuntos como arquitetura de software, Docker, e .NET.