O Vivaldo Breternitz, um amigo meu, escreveu no blog dele um post chamado Morte, adapatação e ressureição. Para quem gosta do assunto sugiro a leitura. Segue abaixo meu comentário (que não saiu… o blog estava com algum problema): 

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Quanto aos Mainframes, reconheço as vantagens colocadas. E diferentemente dos gurus fatalistas, não acho que os Mainframes venham a morrer em um futuro próximo (ou mesmo no médio prazo).
Ainda assim, acho que existe uma característica fundamental mantendo o Mainframe vivo: o custo de substitui-lo. Nenhum CEO é louco de aprovar um budget multi-milionário (em alguns casos bilionário) apenas para fazer um upgrade de tecnologiam, simplesmente porque esse projeto não se paga, ou não se paga no tempo de vida do CEO na empresa (que, todos sabemos, é o que realmente interessa a ele, não é?).
E o investimento em novos softwares voltados para essa plataforma se justificam porque o custo de integração também é alto. Oras, se todo o sistema financeiro roda no Mainframe, porque fazer um adendo em baixa plataforma? Vai custar muito mais caro, e vai ser mais difícil de integrar, testar e evoluir. Simplesmente não compensa. Ainda assim, reconheço que em alguns casos vale a pena, sim, quando se observa o longo prazo.
Vejo em diversas empresas que presto consultoria problemas sérios de integração e testabilidade. Muitos sequer têm um ambiente de desenvolvimento bem montado. E veja que estamos falando de tecnologias com décadas de vida e conceitos igualmente maduros. Em geral, o Mainframe é visto por quase todos como algo a ser aturado, já que sabem que não vai embora. Menos, obviamente, pelos que trabalham com ele (e pelo CEO), e até mesmo pelo CIO, mas esse não comenta esse tipo de coisa abertamente, mas o faz em uma conversa mais reservada.
Já vi também empresas com ambientes de mainframe mais maduros, mas o percentual é muito maior quando falamos de baixa plataforma.
Enfim, o assunto é até meio religioso, e, se dependesse de mim, evoluiríamos a idéia. Não tenho nada contra a grande máquina, apenas contra os velhos protocolos, velhas linguagens e a dificuldade de inovação imposta por esse conjunto de hardware e software, em uma área que PRECISA, por definição, ser inovadora e demonstrar ganhos reais de produtividade (hoje em dia ainda mais, já que a curva do ganho de produtividade está cada vez mais flat em empresas já conectadas). O conceito de virtualização, por exemplo, segue nessa linha e é muito interessante.

Giovanni Bassi

Arquiteto e desenvolvedor, agilista, escalador, provocador. É fundador e CSA da Lambda3. Programa porque gosta. Acredita que pessoas autogerenciadas funcionam melhor e por acreditar que heterarquia é mais eficiente que hierarquia. Foi reconhecido Microsoft MVP há mais de dez anos, dos mais de vinte que atua no mercado. Já palestrou sobre .NET, Rust, microsserviços, JavaScript, TypeScript, Ruby, Node.js, Frontend e Backend, Agile, etc, no Brasil, e no exterior. Liderou grupos de usuários em assuntos como arquitetura de software, Docker, e .NET.