Quais habilidades Designers aprendem na marra?

Neste primeiro artigo te conto sobre negociação como uma habilidade importante para pessoas de Design aprendem na marra e que, eu espero que esse post te ajude para que a sua jornada não seja tão “na marra”.

Afinal, que o trabalho de uma pessoa designer de produto vai além de fazer telas, a gente já sabe. Aprendemos sobre ferramentas, metodologias e processos na faculdade, em cursos e no dia a dia de trabalho. Mas há outras expertises pouco faladas que nós desenvolvemos e faz com que a multidisciplinaridade da nossa função flua melhor.

E é por isso que esse tema será dividido em duas partes, pois há muito o que ser explorado.

 

A importância da Negociação

Em uma empresa de tecnologia, é muito comum a formação de times no formato de squad: Modelo popularizado pelo Spotify, que consiste em formar pequenas equipes multidisciplinares com autonomia e dedicação total para desenvolver seus projetos aproveitando ao máximo a variedade de expertises dessas pessoas. Essa é, inclusive, uma das estruturas presentes aqui na Lambda. Algumas das vantagens em trabalhar dessa maneira são ter uma comunicação mais rápida e com menos ruídos, engajamento na equipe e fluidez dos processos num modelo ágil.

Normalmente, pessoas designers de produto trabalham bem pertinho de pessoas desenvolvedoras (não restrito às squads) e tem contato direto com a área de negócio.

Para uma relação harmônica, precisamos ter em mente que não há um papel mais importante no time e que todos devemos conversar para chegar no melhor resultado possível – e, por isso, escuta ativa e empatia são ferramentas muito importantes da comunicação.

Não é incomum a pessoa designer propor uma solução que, no fim das contas, se mostra complexa do ponto de vista de desenvolvimento. E nessa situação costuma surgir a pergunta:

O que vamos cortar?

Quais habilidades Designers aprendem na marra?

Em produtos digitais, precisamos ter em mente a intersecção “estratégia de negócios – tecnologia – pessoa usuária” e projetar soluções baseadas nisso. Esse é o cenário ideal.

Porém, podem acontecer de algumas coisas serem limitadas pelo lado da tecnologia e o time precisar de uma abordagem simples de implementar a curto prazo. A partir disso são criadas as dívidas técnicas.

No momento que isso acontece, o time precisa ter visibilidade do impacto desse débito a longo prazo e manter uma constante comunicação para que isso não seja jogado para baixo do tapete.

Um ponto importante para um time multidisciplinar funcionar bem, é sobre a visão colaborativa entre designers e pessoas desenvolvedoras. Sabemos que time de design projeta e o time de desenvolvimento desenvolve, mas ambos precisam:

  • Entender o problema;
  • Experimentar e testar;
  • Entregar a melhor experiência;
  • Ter empatia e negociar com pessoas do time.

Não há receita para negociação com o time, tudo depende do contexto, da configuração da equipe e outros fatores, mas existem algumas coisas que precisamos estar atentos para uma conversa tranquila:

  1. Visibilidade: Pessoas desenvolvedoras devem entender qual é o objetivo da solução apresentada e designers devem perceber quais são os custos (esforço x tempo) de desenvolvimento.
  2. Saber o momento de ceder: Precisamos ter desapego com as coisas que fazemos e não entender esses momentos como ataques pessoais ao nosso trabalho como designers. Se você pode abrir mão de algo, abra.
  3. Não há vencedores em uma negociação: A vantagem deve ser para o time e não para o indivíduo.

Dessa maneira, eventualmente, a negociação se torna parte do nosso ofício, a pressão diminui e passamos a tratar isso de maneira muito natural.

Para finalizar, é bom lembrar que se o impacto para o negócio ou para a pessoa usuária for muito grande, devemos envolver as áreas afetadas e colocar as cartas na mesa. Transparência sempre.

Na segunda parte deste tema, abordarei sobre outro aspecto muito importante para a rotina de uma pessoa designer de produto: Saber como e quando flexibilizar o processo de trabalho e como isso pode nos ajudar a amadurecer o trabalho de UX em uma empresa.

Até logo!

Sarah Barros

Uma catarinense que ama chopp, cachorro quente e girafas, conversadeira e um poço de fatos aleatórios. Designer de formação, atuo na área de tecnologia desde 2018 e acredito no design como ferramenta de democratização e acesso a diferentes mídias e espaços.