Agosto Lilás

No último dia 19/08, a Lambda3 promoveu uma palestra online sobre o “Agosto Lilás”, em parceria com a Associação Fala Mulher. A campanha acontece anualmente, em todo o Brasil, e visa alertar a população sobre a importância da prevenção e do combate à violência contra a mulher.      

A violência doméstica e familiar é a principal responsável pelo feminicídio no Brasil e no mundo. Somente em 2019, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 17,8% das mulheres do mundo sofreram algum tipo de agressão física ou sexual.

Durante a palestra, Vanessa Molina, psicóloga e gerente de Captação de Recursos da Associação Fala Mulher, contou um pouco sobre a sua experiência na ONG e deu orientações sobre como identificar casos de violência contra a mulher e relacionamento abusivo, e trouxe dicas de como fazer denúncias.

“Infelizmente, vivemos em uma sociedade com uma cultura machista enraizada. Por falta de conhecimento, as pessoas mais desinformadas tendem a acreditar que violência é só a física, aquela que deixa alguma marca no corpo. Mas é preciso conscientizá-las de que o assunto é mais abrangente e que existem formas de fazer denúncias, não somente àquelas que sofrem esses atos, mas também as que presenciam e se omitem por medo ou receio de passar por algum constrangimento”, disse a psicóloga.

As cinco formas de violência doméstica previstas na Lei Maria da Penha são: a física, quando acontecem tapas, chutes ou qualquer outro uso de força física; moral, com xingamentos e ofensas em ambientes públicos; sexual, nas situações de qualquer ato sexual praticado contra a mulher, proibição de usar métodos anticoncepcionais, obrigá-la a engravidar ou abortar; psicológica, com agressões verbais, humilhação, ameaças, constrangimento e isolamento; e patrimonial, em casos de destruição de documentos, celular, roupas ou exploração financeira.

Além disso, Vanessa Molina apresentou um infográfico com situações que detalham as práticas de um relacionamento abusivo como o temperamento explosivo, as falsas acusações, o afastamento da vítima de seus amigos e familiares, a manipulação psicológica que faz com a outra pessoa pense que está louca, entre outros.   

Ela concluiu reforçando a importância de falar sobre o tema com amigos, familiares, colegas de empresa e sociedade, em geral, para compartilhar conhecimentos e propagar mais clareza sobre o assunto. “Existem diversos meios de procurar ajuda às mulheres vítimas de violência, por exemplo, o Disque 180 (disponível 24 horas diariamente e aceita denúncias anônimas), a Delegacia da Mulher – no estado de São Paulo são pouco mais de 130 Delegacias de Defesa da Mulher, sendo 9 na capital, das quais 7 funcionam 24 horas -, a Polícia Militar (por meio do número 190) e o app SOS Mulher, uma plataforma online que possui informações importantes que podem ajudar a procurar ajuda”, encerrou.

Patricia Kost