Nos dias de hoje, percebo que muita gente radicaliza quando falamos de trabalhar sob alguma pressão, então resolvi escrever sobre essa linha tênue que existe entre Opressão e Pressão.

Fazendo uma analogia com a Física representamos a Pressão com a equação:

Pressão = Força Área

Força podemos assumir como o Esforço que estamos aplicando sobre o Projeto, que seria análogo a Área.

A pressão emerge como resultado do comprometimento do time, que está envolvido diretamente com o projeto.
Demostra auto-organização e auto-gerenciamento dos times ágeis.

  • Times auto-organizados têm uma DoD bem definida, evolutiva, tendem a estimar melhor suas estórias e planejar melhor seus desenvolvimentos. Garantindo o KISSDRY e SOLID das suas entregas.
  • Times auto-gerenciáveis monitoram as descrições de suas estórias, validam se os critérios de aceitação estão coerentes e se comprometem com a Meta da Sprint. Justificando o significado da expressão Scrum para atender suas entregas.Literalmente 🙂

Esse tipo de pressão é saudável e age como uma ligação de carbono entre os integrantes do Time, mantendo-os unidos e entrosados a cada Sprint que passa. Isso se confirma na medida que o Time avança pelos estágios de Tuckman.

Estágios de Tuckman

Opressão é o vilão da história, esse cara é responsável por criar reações desagradáveis como:

“Quem esse cara pensa que é para estar nos cobrando?”
“Como ele pode cobrar sem ao menos saber a complexidade do projeto?”
“Ah entendi, será que seu cronograma feito a 3 meses atrás representa a realidade?”

Na sociedade escravocrata do Brasil, a tarefa principal do Capitão do Mato era capturar os escravos fugitivos e puni-los. Porque eles geravam um problema de produção e sua impunidade encorajaria os outros à fazerem o mesmo. Era necessário puni-los em público para servirem de exemplo para os demais.
Percebemos que pouca coisa mudou no processo de produção. Empresas ainda mantêm seus “Capitães do Mato”, cujas atribuições ainda são monitorar os funcionários através de microgerenciamento e punir os menos produtivos valendo-se da meritocracia. Embora os tempos sejam outros e os métodos de comando-controle tenham melhorado muito, infelizmente o pré-conceito de que os funcionários não gostam de trabalhar, se manteve.

Senhores, opressão certamente é gerada por um conflito, arrisco dizer que é desconfortável para ambos os lados, embora continue sendo a forma de gestão mais popular atualmente.

Em resumo falta bom senso na Gestão, principalmente coach das Pessoas envolvidas no processo de desenvolvimento do Produto. O entendimento que as previsões de entrega do Produto seguem o modelo incremental/adaptativo e devem ser monitoradas periodicamente para não frustrar as expectativas dos Sponsors, além de trazê-los mais próximos do desenvolvimento do Produto.

Bernardo Rosmaninho

Agilista apaixonado por desafios e mindset changes!!!