Este final de semana estive em Florianópolis para palestrar no TDC 2011. Fui até lá para falar do Futuro da Agilidade, na minha visão. Bem, coincidentemente tenho um texto aki descrevendo também um pouco do que foi falado por lá.

O texto é extremamente leve, se comparado com a apresentação 🙂

O Futuro do Agile

Desenvolvimento Ágil de software já não é novidade. Com uma abordagem específica na condução de projetos de software, ganhou popularidade e adeptos à medida que apresentou ao mercado métodos de comunicação e engenharia de software diferenciados. Ferramentas como o Desenvolvimento Orientado a Testes, Integração Contínua e desenvolvimento iterativo estão no cerne de algumas destas mudanças.

Podemos dizer que o principal benefício desta “nova” forma de trabalho não está em utilizar as ferramentas melhores, mais eficientes e produtivas. O Desenvolvimento Ágil de software derrubou barreiras existentes na forma como interagimos dentro de um projeto: apresentando uma maneira direta de comunicação, através de equipes multidiciplinares e autogerenciaveis. Entregamos software mais rápido, fato.

Apesar do benefício, podemos dizer que ainda assim, entregar o software correto para nossos clientes está longe de se usar as melhores ferramentas, e invariavelmente não vai nos salvar de construir produtos inúteis. Outro fato: Projetos continuam falhando. Nosso ambiente organizacional ainda é repleto de descaso, não comprometimento, desconfiança, ameaças, coerção e desinteresse por parte dos envolvidos.

Surgem então, inúmeras dúvidas: Qual caminho seguir para se ter sucesso nos projetos? Como expandir nossa compreensão e nossas atitudes para tirar proveito dos benefícios similares de comprometimento e envolvimento que equipes ágeis parecem possuir?

Neste ambiente é que uma abordagem chamada Lean Startup tem ganho força, principalmente nos ambientes de empreendedorismo tecnológico, forçando empresas a se tornarem ainda mais eficientes e objetivas.
Eric Santos descreve o conceito:

“Em suma, a Lean Startup parte do princípio que tanto o Problema (necessidade do cliente) quanto a Solução (produto) são desconhecidos, e que a descoberta de ambos é um processo iterativo que aglutina o desenvolvimento do produto com atividades de Customer Development, seja por investigação qualitativa ou por experimentação quantitativa com software em produção com clientes reais.“

Ainda assim, Lean Startup, valendo-se das práticas e valores Ágeis, será mais uma das ferramentas que toda a empresa deverá conhecer para ter sucesso. A mudança real que está por vir vai muito além, e irá nos desafiar em valores fundamentais.

Uma mudança distinta e dramática está tomando o lugar na filosofia por trás do comportamento organizacional, chamando à frente um novo conceito de humanidade.

Este novo conceito é baseado numa compreensão expandida de nossas necessidades complexas e mutáveis, clamando por um mudanças em valores organizacionais, baseada em ideias democrático-humanitárias, que substituem o sistema mecanizado e despersonalizado da burocracia.

Com isso, surge um novo conceito de poder, baseado na colaboração e razão, trocando o sistema baseado na desconfiança e controle. Conseguimos expandir o conceito de autogerenciamento para esferas além de um projeto. Por exemplo o processo de contratação, que pode ser guiado pela necessidade definida pela própria equipe, que inclusive tem poder de veto na escolha de um candidato. Da mesma forma, ela participa ativamente na escolha de seus líderes, num ambiente transparente em que inclusive pode decidir como aplicar o orçamento da empresa juntamente com todos os demais funcionários.

Utópico? Nem tanto. Esta é a proposta da abordagem entitulada Democracia Organizacional, que sem dúvida pode revolucionar a sua empresa.

Victor Hugo Germano

CEO da Lambda3